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terça-feira, 28 de abril de 2020

Buscamos paz e experimentamos violência!

A violência entrou no cotidiano de nossa vida e está espalhada no muno inteiro. A vida é pisada, machucada e sufocada. Mata-se com a maior facilidade e sem escrúpulos. Mata-se de vez ou aos poucos, pela indiferença, pela humilhação e pela marginalização. Daí o medo que se alastra. Ele controla nossas emoções e nossos sentimentos, comanda nosso tempo e nossas relações interpessoais e sociais. O outro tornou-se uma ameaça, um perigo, um inimigo. É preciso armar-se e defender-se. Erguem-se muros de defesa por todos os lados. 

A tendência é cada um procurar seu espaço de segurança, de apoio, de convivência, normalmente entre um grupo de amigos, e só. Os outros, o resto, não contam, não existem. Moramos no mesmo bairro, na mesma rua, no mesmo prédio e não nos conhecemos; simplesmente, nos ignoramos. A crise acontece quando aquilo que vínhamos fazendo não nos importa mais como antes, não nos satisfaz. É a perda do sentido. É o escuro na estrada da vida. Um momento crítico, que pode nos renovar, nos refazer ou nos destruir.

Hoje muito estão acordando e percebendo a perversidade do sistema, que domina o mundo inteiro. Em vez de resolver problemas, os aumentou e os intensificou. Tornou-se uma imensa fábrica de excluídos, de miseráveis, de ódio, de ressentimento e violência. Muita gente parou de sonhar e de lutar por um mundo novo, diferente, mais limpo e mais justo! De tanto lutar e de tanto amargar derrotas, sonhos bonitos se foram, como bolhas de sabão. Viraram para fantasia, espatifaram-se. Tornou-se cada vez mais difícil sonhar juntos!

Não adianta sonhar, porque ninguém vai mudar essa sociedade. O negócio agora é cada um se virar para sobreviver e gozar o dia a dia. Muito dizem: estou com medo, não quero mais lutar. Já me decepcionei muito. Basta! Chega! Desabafam outros. E assim a vida fica presa e amarrada entre horizontes curtos. O que vale agora é satisfazer as necessidades e os prazeres mais imediatos, saber competir. Vive-se sem grandes e corajosos projetos de vida. Há menos criatividade e mais repetitividade no nosso dia a dia. Parecemos mais galinhas incapazes de levantar voo do águias voando alto. 

A modernidade despertou anseios e sonhos bonitos, mais também criou ambiguidade, confusões, preconceitos. Está deixando vazios e mais vazios. Nasce dessa situação de descanso, amargura e solidão. Este é um momento crítico, o que não quer dizer negativo. Pelo contrário, pode ser um momento muito fecundo. Depende de como vamos assumir os desafios. Buscamos paz e experimentamos violência!

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